HORÁCIO COSTA
d’A HORA E VEZ DE CANDY DARLING
(poemas 2013/2014)
HISTÓRIA DO BRASIL
A história brasileira fará sentido?
abraço o torso do Francisco, neste
duvidoso amanhecer.
Aubade.
Como é escuro o seu torso, mal distingo
os contornos. O meu próprio corpo
está queimado pelo sol do verão
deste Rio de Janeiro: não fosforeço
na alba, protegido
por minha melanina.
Só há sentido se eu puder agarrar
o Francisco na alvorada. Sento-lhe
um beijo estalado no cangote,
bem onde (imagino, já que não posso vê-la)
ele mandou tatuar aquela flor de lis
medicea, florentina, a que tem
alem do formato usual, isto é: francês,
dois ramos que envolvem
como dois ponteiros de relógio
só que de tamanhos iguais,
a corola do lírio.
Se não houver Francisco e abraço
e lírio e aurora, não haverá nenhum
sentido. Sem momentos que tais
seremos sempre aqueles seres
perdidos em um continente
interessante e sepulcral.
A história só tem sentido
se feita pele, se reduzida
à possibilidade de encontro matutino
entre homens ah, tão diferentes.
Então faz sentido a História do Brasil.
Rio de Janeiro 3 II 2013
A HORA E VEZ DE CANDY DARLING
Née John Lawrence Slattery,
a estrela nasceu em três datas possíveis:
‘44, ‘46 ou ’48 — a certa foi guardada
como segredo de Estado.
Candy não era brincadeira: aos 15 ou 17
já fazia trottoir pelo Village, embora
fosse nativa das extensões pequeno-
burguesas de Long Island.
Falar de uma transgênero prostituída
é o mesmo que reduzir alguém, Papa
ou ladrão, a falseadores borborigmos
na traquéia da identidade. Glupt.
A diferença era a esperteza com que aplicava
os seus looks na estrada da fama. Warhol
entendeu-a e propulsou-a, explorando-a
como o mendigo ao cãozinho com catarata.
Fê-la “superstar” em filmes que a crítica
dizia parecer haverem sido rodados
debaixo d’água, ou por alguém com
mal de altura no Karakorum.
Queriam uma estrela como Harlow
ou Joan Fontaine, que despertasse
tesão ou ao menos fizesse chorar.
O efeito que ele buscava e ela criava
relacionava-se com o russo ostraniénie:
estranheza. Em “Mulheres Revoltadas”
nenhuma tem voz maviosa: o “eterno
feminino” que os poetas inventaram
no Romantismo para mantê-las caladas,
desaparece debaixo de tanto pancake
e de tanta pancada. Candy representa
uma socialite feminista que quer tomar
Hollywood de assalto, sem trair os
seus pretensos vínculos de classe.
A seu pai que a acusa, diz: “Dad,
I am as much a Darling as you are”.
Paul Morrissey, que fez os diálogos,
inventou este gens Darling, uma “Grei
Queridinha”: a genealogia-linha, a família
que não é. Candy era o símbolo
dessa linhagem fantástica. No além,
com quem conversará? Benvenuto Cellini?
Olga Del Volga? a sua hora e sua vez
foi essa fala canhestra e canastrona.
Depois disso podia morrer e o fez:
por linfoma e aos 30 incompletos:
se excedera no estrogênio. Tenho-a
emoldurada sobre a janela do quarto
— xeroquei da revista do El País fotos
de Avedon dos membros da Factory
na qual está nua, pisando suas roupas:
com os cabelos longos e lisos
olha de frente, entre Joe D’Alessandro
e mais três deslumbrados atores to-be,
com aquele ar blasé que deve ter fascinado
antes de mais nada a Warhol. Com os anos
passei a com elas ter uma relação tal
aquela de quem há séculos colecionava
ossos de mártires em relicários filigranados:
a cada quem os seus santos, a cada fiel
os seus oh!s. Suspiro por Candy Darling,
e isso é bem o que ela preferiria. Está
entre a cama onde durmo e a planagem
de São Paulo ao longe: vinte ou trinta
quilômetros contínuos de torres.
O cenário combina: um dente de catequista,
mesmo que envolto em ouro e rubis, mesmo
que verdadeiro e de São Pancrácio,
não o faria.
Osasco 1º/4 III 2013
DADOS NOVOS NA PAISAGEM
um veado gordo que quer ser fotografado
usando calcinhas de mulher bem apertadinhas
para um site gay onde ele pode postar o que bem entender
e haverá alguém que o encontre sexy e queira sair com ele
e uma paciente trans no melhor hospital brasileiro
talvez se recuperando de uma cirurgia de mudança de sexo
caminhando com a mãe e a tia no saguão até o caixa
para pagar o estacionamento bem na minha frente
são dados novos na paisagem as nuvens
que se acumularam e cruzam o céu agora
não têm memória de que choveram ontem mesmo
a esta hora justo em cima da Grande São Paulo
as orquídeas que se abrem no grande vaso vitrificado
e exalam um perfume para lá de sensual não recordam se
na sua última floração resultaram tão inebriantes
ou se viraram conversation pieces como essas
do Hospital Einstein: as senhoras às três da tarde
já esgotaram todos os assuntos no saguão mas
ninguém que falasse da bicha trans que calçava
número 45 e tinha peitos fartos como Sofia Loren:
preferiram o tema das orquídeas nesta época do ano
e que perfume! não dá para crer! porque, sim,
há algo de novo na paisagem e as senhoras, ah,
têm andado mais cuidadosas com o que dizem.
Osasco, 25 III 2013
CULTO PARA VLADIMIR HERZOG,
31 DE OUTUBRO DE 1975
A Catedral de São Paulo tem três entradas.
A monumental, no alto da Praça da Sé,
encontrava-se tomada pelos militares
que se concentravam na escadaria
que leva ao grande portal neo-gótico:
em cada degrau, capacetes e cassetetes
em contraste com o santoral, que
se inscreve na ogiva de pedra do portal.
Corremos para as entradas laterais.
A primeira, frente ao Palácio de Justiça,
também salpicada pela farda. Conheço
o centro de São Paulo como a palma
da minha mão: arrastei a da Sônia
para a entrada frente a Quintino Bocayúva
e por fim acedemos à nave abarrotada
de assistentes de todas as confissões.
O culto não demorou, e reconhecíamos
entre os rostos ao redor colegas ateus
e judeus, marxistas e filhos de banqueiros,
sindicalistas e herdeiros de jornais
e alguns de nossos professores e políticos.
Em sussurros, Raquel me perguntava qual
a hora da genuflexão e a de levantar-se:
tal mímica ritual nos ilusionaria a crer
que o motivo religioso para estarmos
ali ajoelhados equivaleria ao político.
A maioria deixava passar a onda
de tais formalidades, de olho fixo
para a lenta movimentação no altar:
o Cardeal voltou a falar depois do rabino
e do pastor, cercado por religiosos
e familiares de Herzog, por mais tempo
e com a proverbial palingesia
cristã incorporada à fala e ao semblante
e conclamou a que saíssemos em ordem
e aos poucos nos dispersássemos no metrô.
Tínhamos medo; seguimos o crucifixo
que empunhou alto, mais alto do que a mitra
enquanto esvaziávamos a nave rumo
ao portal e o cerco das forças militares.
Recordo-me bem se o visualizo
com luvas e anel cardinalício, rendas
sobre o chamalote da veste em cascatas
e murça perfeitamente escarlate?
Ou ainda guardo a expressão dos militares
diante da pompa de tal gesto posto que
não contavam com o espetáculo da Igreja
emergindo em teatro e paramentos
ou de fato me foge a memória e apenas
expresso uma cena que teria preferido
à realidade que recordo pontual:
acotovelados ao redor das eminências
tutti quanti e nós mesmos saímos de mãos dadas.
A incredulidade dos soldados frente à cena
e um resquício de respeito ao simbólico
terá feito suspenderem a violência
que seus superiores haveriam programado?
Ou estariam tão temerosos quanto nós
com o que poderia acontecer, se não
se ativessem às dobras paramentais?
Entre o que aconteceu e tudo o que recordo
ou invento no ato da recordação
atravessa minha freqüência posterior
com cenas religiosas da história da pintura:
minha memória heroiciza a alegoria
através de referências a Veronese,
Tintoretto e venezianos tais Tiépolo:
o que de fato se passou já não me lembro
e era eu mesmo quem estava lá transido
de medo e feito adulto pela civilidade.
Passados trinta e nove anos, em um mundo
menos heróico no qual os políticos mais
se preocupam em desmemoriar as suas
mal-havidas contas por paraísos fiscais
ou a auto-congratularem-se diante
de platéias de zângãos e basbaques,
percebo que é provável que aquele momento
talvez não tenha tido tal bafejo épico.
Terão saído os religiosos, sim, à testa
da assistência, porém de modo mais prosaico
e ordenado — sem mitra, escarlate, crucifixo —
pé ante pé, sem grandeur desafiante
mas, sim, com coragem e confiança.
A memória teatraliza ambientes,
mesmo os da ditadura, como uma sala
repleta de espelhos só convexos.
Sei que é minha preferência pelo Barroco
o que me faz reencenar o fato fato
e recriar aquele culto ecumênico
em moldes visuais mais vaticanos
do que tão somente paulistanos.
Neste texto caiba o medo e seu reverso,
o heroísmo e o silêncio denso, quase táctil
e o páthos, a garoa e o cinza da cidade
e a sensação que inda perdura, não importa
em qual cenário se dê a sua narrativa,
de que um limite estava sendo franqueado
e que dali em diante já não seria fácil
forjar cenas grotescas de suicídio em porões
nos quais se torturavam dissidentes.
Saímos de mãos dadas, protegidos pelas figuras
tutelares, ao corredor polonês
de homens armados que nos miravam
com hostilidade, sanha e desprezo
e atravessamos os cem metros ao metrô.
Lá retomamos a respiração que tínhamos
suspensa, com a dignidade posta a prova.
Osasco 14/18 VII 2014
Horácio Costa
translated by Chris Daniels
Background: still from Andy Warhol & Paul Morrisey's Film 'FLESH'
HORÁCIO COSTA
from THE HOUR AND TIME OF CANDY DARLING
(poems 2013/2014)
HISTORY OF BRAZIL
Does the History of Brazil make sense?
I embrace Francisco’s torso, on
this doubting daybreak.
Aubade.
As his torso is dark, I barely make out
its outlines. My own body
is burned by the summer sun
of this Rio de Janeiro: I do not phosphoresce
by dawn, protected
by my melanin.
There is sense only if I can clutch
Francisco during sun-up. I settle
a noisy kiss on his nape,
right where (I imagine, since I can’t see it)
he got a tattoo of a kind of fleur-de-lys —
Medicea, Florentine —, which possesses,
apart from the usual format, i.e., French,
two branches which embrace,
like the two hands of a clock,
but of equal size,
the corolla of the lily.
If there were no Francisco and embrace
and lily and dawn, there would be no
sense at all. Lacking these moments
we will always be such beings
as are lost on a continent both
interesting and sepulchral.
History only has a sense when
rendered skin, when reduced
to the possibility of early-morning encounters
between men, ah, so very different.
Then the History of Brazil makes sense.
Rio de Janeiro 3 II 2013
THE HOUR AND TIME OF CANDY DARLING
Née John Lawrence Slattery,
the star was born on three possible dates:
‘44, ‘46 or ‘48 — the right one was held
close as a Secret of State.
Candy didn’t play around: at 15 or 17
our native of the petit-bourgeois
reaches of Long Island had already
hit the streets in the Village.
To speak of a transgender hustler
is the same as reducing someone, Pope
or thief, to gastric distortions
in the trachea of identity. Gloopt.
The difference was her cleverness in
using looks to gain her fame. Warhol
understood her and pushed her, exploited her
like a beggar his dog with cataracts.
He made her a “superstar” in films critics
said looked like they’d been shot
underwater, or by someone with
altitude sickness in Karakorum.
They wanted a star like Harlow
or Joan Fontaine, who got you
horny or at least made you cry.
The effect he sought and she created
was related to the Russian ostranenie:
defamiliarization. In “Women in Revolt”
no one has a gentle voice: the “eternal
feminine” invented by the poets
during Romanticism to keep women quiet
disappears under so much pancake,
so much punching. Candy plays
a feminist socialite who wants to take
Hollywood by storm, without betraying
her alleged class allegiance.
To her accusing father, she says: “Dad,
I am as much a Darling as you are”.
Paul Morrissey, who wrote the dialogue,
invented the Darling gens, a “Darling
Flock”: a genealogical line, a family
that never was. Candy was the symbol
of that fantastic lineage. In the beyond, who
can she possibly talk to? Benvenuto Cellini?
Olga Del Volga? her hour and time
was that awkward hammy speech.
After that she could die and she did:
lymphoma at barely 30 years of age:
an excess of estrogen. I have her
framed over my bedroom window
— I xeroxed photos from El País review,
photos Avedon took of the Factory people,
in which she stands naked on her clothing:
with her long, smooth blond hair
she looks frontward, with Joe D’Alessandro
and three other gorgeous actors-to-be,
with that blasé air which must have fascinated
Warhol more than anything else. Over the years
I’ve come to have a relationship with them
such as one who for centuries collected
bones of martyrs in filigreed reliquaries:
to each their saint, to the faithful
their oh!s. I sigh for Candy Darling,
that’s really what she’d have wanted. She’s
between the bed where I sleep and São Paulo
hovering out there: twenty or thirty
continual kilometers of towers.
A fitting scenario: the tooth of a catechist,
even set in gold and rubies, even
real, even belonging to Saint Pancras,
wouldn’t make it.
Osasco 1º/4 III 013
NEW DATA IN THE LANDSCAPE
one fat faggot who wants to be photographed
wearing painfully tight toreador pants
for a gay site where you can post whatever
and someone will think he’s sexy and go out with him
and a trans patient in the best hospital in Brazil
perhaps recuperating from her transition
walking to the cashier with her mother and aunt
to pay for parking right there in front of me
these are new data in the landscape the clouds
as they accumulate and cross the sky
have no memory of yesterday’s rain
at this precise time over Greater São Paulo
orchids abloom in their great glazed vase
exude a sensual perfume and don’t remember
if their last opening gave such vertiginous results
or if they’ve become conversation pieces at
Hospital Einstein: the ladies at three in the afternoon
have exhausted every blessed thing in the lobby but
no one says a word about this bicha trans with
size 11 feet and big full tits like Sophia Loren:
they prefer to speak of orchids this time of year
oh my that lovely smell! unbelievable! for, yes,
there is something new in the landscape, and the ladies, ah,
yes, the ladies are a bit more careful about what they say.
Osasco, 25 III 013
SERVICE FOR VLADIMIR HERZOG,
31 OCTOBER 1975[2]
Three portals has the São Paulo Cathedral.
The main, a monumental crown for Praça da Sé,[3]
we found occupied and held by military
personnel concentrated on the stairway
leading to the great Gothic Revival portal:
on each step, helmets and truncheons
in contrast with the sanctorale carved
in stone upon the ogive of the portal.
We hurried to the side entryways.
The first, before the Palace of Justice,
also peppered with uniforms. I know
the center of São Paulo like the palm
of my hand: I pulled Sônia by hers
to the entrance on Quintino Bocayúva;
eventually we reached the nave congested
with attendants of each and every faith.
The service was not delayed, and among
the faces around us, we recognized schoolmates:
atheists and Jews, Marxists and bankers’ kids;
unionists and newspaper heirs; and
some of our teachers; and politicians.
In a whisper, Raquel asked me for the
time to genuflect, the time to stand:
such ritual mimicry would illude us
into believing that the religious motives
for being there, on bended knee,
were equivalent to the political.
The majority allowed the wave of such
formalities pass by, their eyes fixed
upon the slow movement at the altar:
after pastor and rabbi, the Cardinal
amid clergy and Herzogs returned
further to speak, and with proverbial
Christian palingenesis manifest
in speech and semblance, urged upon
the gathered an harmonious withdrawal
in measured dispersion toward the metro.
We were afraid. We followed the crucifix
he held aloft, higher than his mitre,
as we emptied the nave on the way
to portal and surrounding military forces.
Do I recall correctly? I visualize him
with cardinal’s gloves and ecclesiastical
episcopal ring, lace over camlet over cascade
of raiment and pallium, all perfectly scarlet — or:
do I recall correctly the expressions of the military
before the pomp of such an act since
they did not count on the spectacle of the Church
emergent, the theater, the raiment, or:
has memory in fact escaped me, and I merely
express a scene I would have preferred
to the reality I here record on point:
elbowed by Eminences all around,
tutti quanti, we leave together, hand in hand.
Did the soldiers’ disbelief before the scene
and vestigial respect for the symbolic
make them postpone violence ordered
by their superiors? Were they frightened
as we of what might have happened,
had paramental folds not held them?
What happened and all I recollect
or invent in the act of recollection
are traversed in my imagination
by ulterior familiarity with religious
scenes out of the history of painting:
my memory heroicizes allegory
via varied references to Veronese,
Tintoretto, and Venetians such as Tiepolo:
the actual events, I no longer remember —
was it me there, really?, all a-tremble in fear,
forced into civitas by a good upbringing?
Thirty-nine years gone by, in this less
heroic world, politicians worry more
about misremembering their shady
accounts in tax havens, or congratulating
themselves before an audience
of drones and suckers, and I sense
the probability that the moment, perhaps,
had not attained so epic a tonus.
The clergy may have left, yes, at the fore
of the flock, yet in a fashion more prosaic,
more orderly – without mitre, scarlat, crucifix –
foot after foot, with no defiant grandeur
but, yes, with courage and confidence.
Memory theatralizes all surroundings,
even the dictatorship’s, like a hall
filled with convex mirrors only.
I know my preference for the Baroque
makes me re-enact the fact fact
and recreate that ecumenical service
in visual patterns more Vatican
than merely Paulistano.
Within this text fits fear and its obverse;
heroism; a dense, almost tactile silence;
pathos, the drizzle, the city’s gray;
and the feeling, which yet endures (for it matters
not in which scenario one’s narrative occurs),
that a boundary was being crossed and
henceforth it would be no longer quite
so simple to forge grotesque scenes of suicide
in dungeons where dissidents were tortured.
We exit holding hands, protected by tutelary
figures, to the Polish corridor of armed
men regarding us with hostility, hate and
contempt as we cross the hundred meters
to the metro. There we regain the breath
we’d abated, our dignity put to the test.
Osasco 14/18 VII 2014
[1] Two deer heads: in Portuguese, duas cabeças de veados; veado: common colloquialism: male homosexual.
[2] Vladimir Herzog (b. Osijek, formerYugoslavia, 1937; d. São Paulo, 1975) was a journalist, professor and playwright. A communist, he was outspokenly critical of the dictatorship. On October 24, 1975, he was detained by miltary intelligence; they said they wanted to question him about his membership in the Communist Party. The next day, October 25, it was announced that he had been found hanged in his cell, and his death was ruled a suicide. Evidence showed that he had been tortured, and strongly suggested that he was murdered by agents of the military government. 8000 people attended his funeral. His death certificate was officially revised in 2012.
[3] Praça da Sé-Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns (Plaza of the See), is the public space in front of the cathedral. It is considered to be the geographical center of São Paulo.
Horácio Costa (São Paulo, 1954) é um poeta, ensaísta e professor universitário brasileiro (USP). Graduou-se pela Universidade de Yale (1994), e ensinou por muitos anos na Universidade Nacional do México. Sua poesia foi traduzida para dez línguas, e inclui 12 livros de poesia publicados em português. Uma antologia compreensiva dos seus poemas, Fracta – Antologia Poética, com curadoria de Haroldo de Campos, apareceu em 2004 no Brasil (Editora Perspectiva), e no México (Fondo de Cultura Económica, 2008). Em 2014 ele ganhou o Prêmio Jabuti, de maior prestígio no Brasil, por seu livro Bernini (São Paulo, Sêlo Demônio Negro, 2013). Seu livro de poemas mais recente é A Hora e Vez de Candy Darling (Goiânia, Martelo, 2016). Horácio Costa é homossexual e vive em São Paulo with seu marido Francisco e seus dois cachorros, Filipa e Achado.
Horácio Costa (São Paulo, 1954) is a Brazilian poet, essayist and university professor (USP). Graduated from Yale University (1994) and has taught for many years at the Mexico National University. His poetry has been translated into ten languages, and includes 12 books of poetry published in Portuguese. A comprehensive anthology of it, Fracta – Antologia Poética, curated by Haroldo de Campos, has appeared in 2004 in Brazil (Editora Perspectiva), and in Mexico (Fondo de Cultura Económica, 2008). In 2014 he won the Prêmio Jabuti, the most prestigious in Brazil, for his book Bernini (São Paulo, Sêlo Demônio Negro, 2013). His most recent poetry book is A Hora e Vez de Candy Darling (Goiânia, Martelo, 2016). A homossexual, Horácio Costa lives in São Paulo with his husband Francisco and their two dogs, Filipa and Achado.