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this blank resource whose waste excels, a darker

place where bodies bend, ribs break in vaster banks,

my blunting force, just say whose organ, say whose

bone, drafting futures, time negated & not perceived

as use, being raw, the stone, the teeth, what strange

glamour, hangs like a sun, this deciduous mulch, his

skin, the sky, the latch, the bone

in saying all this, let’s say I’ve acquired a kind of

money function, or what stands in for that, I –

 

 

.

este recurso em branco cujo resíduo sobressai, lugar mais escuro onde corpos dobram, costelas rompem em vastas margens, minha força cega, apenas diga de quem o órgão, diga de quem o osso, rabiscando futuros, tempo negado & não percebido como uso, sendo cru, a pedra, os dentes, que estranho glamour, pendurado como um sol, este adubo caduco, a pele dele, o céu, o trinco, o osso

ao dizer tudo isto, digamos que adquiri um tipo de função de dinheiro, ou o que substitui isso, Eu –

being of sound no prophecy feels, what the mind

stands in for, fallout from the coined relation, the

working day as a unit of measure, a calculable truth

in whose place stands my dutiful fuck, love’s dirty

interior, the fur-bound corn, my sickly seed –

this eternity of stars repeating, whatever you make

me swallow I’ll swallow, I say, hearing it again, imag-ining the stone, his eyes like summer signs, suns of

nature mask the place of meanest meat, a blank con-

cealed in every sentence

.

ser de som nenhuma profecia sente, o que a mente

substitui, subproduto da relação de moeda, o dia de trabalho como uma medida, uma verdade calculável

onde permanece minha foda obediente, o sujo interior

do amor, o milho atado de pelo, minha semente doentia –

 

esta eternidade de estrelas repetindo, o que você quiser 

que eu engula eu engulo, digo, ouvindo de novo,

imaginando a pedra, os olhos dele como sinais de verão,

sóis de natureza mascaram o lugar da carne mais mesquinha, lacuna disfarçada a cada sentença

my money scored to other scenes, this dreamy residue,

an aura of strangeness clings to his limb, a thing

no longer here, a plain where sheep-walks haunt my

desire for landscape, drowning dreams of nature as

if the problem were one of acreage, or ground rent,

not being retinal, profit turns up in my stool

– inside this scene, pure property of the deceased,

for want of luster, harvesting vacancies in which I’d

have a share, if only he would kiss my mouth, plant

his metal here

.

meu dinheiro marcado em outras cenas, este resíduo de sonhos,

uma aura de estranheza presa no seu membro, uma coisa

que se foi, um campo onde passos de ovelhas assombram meu desejo pela paisagem, sonhos afogados de natureza como se o problema fosse de hectares, ou aluguel, não

sendo retiniano, lucro converte-se nas minhas fezes

 

– dentro desta cena,  pura propriedade do defunto, 

pelo desejo de lustre, semeando vagas nas quais eu teria 

uma partilha, se ele ainda beijasse minha boca, plantasse 

seu metal aqui

everything takes revenge on time, like debt, this sur-

plus of dead, my living décor, I swear on his balls,

my very own sucking stones, or coins, a hardening of

war and sex, the work of human food, whatever skins

intelligence, rude, like fate, such rueful afterglow of

what demise, mourning the passing of system-wide

reference, this allegory from which no soldier’s cock

can be redeemed, deluge in which we find & fade

– such blips, sublime oblivions lurk, my whole interior

being one with their optics

.

tudo vinga-se do tempo, como a dívida, este excedente

de morto, meu cenário vivo, juro pelas bolas dele, as

minhas próprias pedras de sugar, ou moedas, uma dureza de guerra e sexo, o trabalho de comida humana, qualquer coisa que esfole a inteligência, rude, como sina, tal brilho pesaroso de que fim, lamentando a passagem da referência de amplo sistema, alegoria da qual o pau de nenhum soldado se redime, dilúvio onde encontramos & diluímos

– tais erros, esquecimentos sublimes espreitam, todo o meu interior tornando-se uno com a ótica deles

an exchange of coin, clean interior living, the fur, the

wave, the wall behind which spread sublime fields,

productive bodies get me hard inside the figures, yr

deciduous mulch, meaning money, pure sound after

periods of sonorous decay

 

all of them killed by abstractions nobody made –

 

inhabiting his thigh, singing it even, as if the de-struction were too silent to know, wedded to limb

turned to stump, this common place

.

uma troca de moeda, limpa vida doméstica, o pelo, a

onda, a parede atrás da qual espalha campos sublimes,

corpos produtivos me deixam duro dentro das figuras, seu húmus caduco, significando dinheiro, som puro após

períodos de deterioração sonora

todos eles mortos por abstrações que ninguém fez–

habitando sua coxa, a cantando até, como se a des-truição fosse silenciosa demais para saber, casada ao membro tornado toco, este lugar comum

his body, this omen to be waiting for, source of clar-

ity, a figure traced in stars, the bone, the lace, the

tooth, the sky, in whose shadow I go on believing in

myself, succumbing to old means, conditions under

which I’ve prepared these communications –

.

seu corpo, este presságio de espera, fonte de clareza,

uma figura traçada nas estrelas, o osso, a renda, o

dente, o céu, em cuja sombra sigo acreditando em mim, sucumbindo em velhos meios, condições sob

as quais eu preparei estas comunicações –

Rob Halpern

translated by Virna Teixeira

Fotografia: Luiz Ernesto Teixeira

Rob Halpern lives between San Francisco and Ypsilanti, Michigan, where he teaches at Eastern Michigan University and Huron Valley Women’s Prison. His books include Common Place (Ugly Duckling 2015), Music for Porn (Nightboat Books 2012), Disaster Suites (Palm Press 2009), and Rumored Place (Krupskaya 2006), as well as a selection drawn from all these titles and published in the UK with the title [-------] Placeholder (Enitharmon 2015). A pamphlet of new work-in-progress called Touching Voids in Sense was recently published in London (Veer Books), and Weak Link is forthcoming later this year (Atelos).

Rob Halpern vive entre San Francisco e Ypsilanti, Michigan, onde ensina na Eastern Michigan University e Huron Valley Women’s Prison. Seus livros incluem Common Place (Ugly Duckling 2015), Music for Porn (Nightboat Books 2012), Disaster Suites (Palm Press 2009), e Rumored Place (Krupskaya 2006), bem como uma seleção derivada destes títulos e publicada no Reino Unido com o título [-------] Placeholder (Enitharmon 2015). Uma plaquete do seu novo trabalho chamado Touching Voids in Sense foi publicada recentemente em Londres (Veer Books), e Weak Link será publicado este ano (Atelos). 

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